Ligue já: (31) 9.8979-6074               

Profissão de detetive particular recebe reconhecimento e passa a ter uma grande procura

Senado Federal sancionou o projeto que regulamenta a atividade, institui competências e determina curso de formação

        

Nos últimos anos, a profissão de detetive particular apresentou algumas mudanças em relação ao seu campo de atuação. Houve uma grande diversificação nas atividades destes profissionais que, atualmente, atuam até mesmo em casos amorosos de reaproximação de casais.

Realmente, o trabalho deles é bem criterioso, por isso é bom estar sempre atento, já que não dá para saber se há algum deles por perto! A grande novidade, agora, é que estão na iminência de terem seu ofício reconhecido por lei.

Em março deste ano, foi realizada a aprovação do projeto de lei nº 106, de 2014, em que a atividade de “coleta de dados e informações de interesse privado” é regulamentada.

No documento, foram estabelecidas as competências da profissão, assim como informada a exigência de curso de formação para trabalhar na área, pois até o momento a atividade podia ser desempenhada de forma autônoma.

 

Reconhecimento da profissão de detetive particular

Tal reconhecimento pode ser entendido como fruto da grande ampliação que a atividade passou a ter nos últimos tempos. Há uma estimativa, realizada por agências do setor, de que há aproximadamente 50 mil indivíduos atuando como autônomos ao redor de todo o país.

Acredita-se que, após a regulamentação, será possível haver um registro mais exato do quantitativo de detetives em atuação. Além disso, outro aspecto positivo será o aumento na segurança para quem contrata o serviço.

 

O novo perfil do detetive

            No passado, a figura clássica do estereótipo do detetive, que buscava encontrar pessoas e solucionar casos, era caracterizada pelo uso de chapéu e lupa. Hoje, contudo, essa imagem cedeu lugar a um profissional altamente discreto.

A lupa foi substituída por instrumentos bem menos visíveis, tais como microcâmeras escondidas e softwares da mais alta tecnologia. Esses equipamentos são utilizados para investigar casos extremamente minuciosos e histórias incríveis.

 

Diversificação de serviços

            Grande parte dos serviços que as pessoas solicitam aos detetives é relacionada às questões conjugais, principalmente buscando a comprovação de traições. Entretanto, há muitas outras incumbências realizadas por esses profissionais, como por exemplo, casos de desaparecimento de pessoas e animais e situações em que os pais desejam investigar a vida dos filhos adolescentes para saber se estão usando drogas.

Além das situações citadas acima, esses profissionais também são procurados para monitorar empregadas domésticas, assim como cuidadores de idosos e crianças. Há, também, algumas empresas que os contratam para constatar possíveis irregularidades na atuação de funcionários.

Os detetives, por estarem tão habituados a investigar a vida alheia, podem se mostrar muito desconfiados em sua vida cotidiana, já que o contexto em que vivem é de constante vigilância e cuidado.

 

Os detetives e os casos de “flagrante”

 

Principalmente quando o caso é investigação de traição, os detetives fazem uso de rastreadores bem discretos para descobrir se a situação está realmente acontecendo. Esses equipamentos são colocados nos carros dos supostos traidores.

Além dessa técnica, eles também usam dispositivos de filmagem em seus bonés, óculos ou chaveiros. Em geral, sentam-se próximo ao casal suspeito e solucionam o caso.

É muito comum que a resposta ao flagrante seja dada em, aproximadamente, duas semanas!Para esse tipo de serviço, o valor mínimo é de R$4.000,00.

Hoje em dia, a solução do caso vem de forma rápida, principalmente devido ao uso da tecnologia, mas, no passado, costumava demorar o dobro do tempo, tal como afirma a detetive Patrícia Karany, 42, que está na área há mais de 20 anos e lidera uma equipe de dez investigadores.

Wilson Teixeira, 44, que trabalha como detetive desde os 21 anos, ressalta que a “prova legítima ainda é a vigilância, é seguindo os passos”. Ele relata que possui uma investigadora que trabalha com ele para as situações de traição, pois prefere investigar casos de desaparecimento.

Teixeira conta que já encontrou mais de 1.263 pessoas ao longo de sua carreira. Contudo, apesar de tantas investigações bem sucedidas, informa que possui casos em que busca a pessoa até hoje.

O investigador informa que esse é um campo que nunca falta cliente e que os preços variam muito. Para uma pesquisa rápida na internet, o preço é R$ 350,00. Para as situações mais complexas, que exigem aproximadamente 80 horas de trabalho, ele cobra R$6.000,00. Entretanto, segundo ele, há profissionais cobrando até R$ 60 mil.

 

Policiais ou Detetives?

Com a regulamentação, será possível haver a diferenciação entre profissões afins, tais como as de policiais e detetives, já que haverá o estabelecimento das competências da atuação dos detetives particulares.

 

Policiais investigadores

Apesar de serem profissões distintas, alguns policiais estão habituados a fazer extra desempenhando a função de detetive particular. Eles também costumam ajudar na investigação, ao repassar informações que estão sob o poder da polícia.

Há casos de profissionais que iniciam suas carreiras como detetives, tornam-se policiais e depois passam a ser investigadores criminais.

Tempo de formação de um detetive particular

            O salário médio estimado de um detetive é, aproximadamente, R$7.000,00, de acordo com os profissionais que trabalham na área. Entretanto, é necessário pensar não apenas no retorno financeiro que a profissão pode dar, mas também no tipo de função que será realizada. É indispensável possuir aptidão e gostar de atuar na investigação da vida alheia o tempo todo.

A internet disponibiliza inúmeros vídeos de orientação sobre técnicas e abordagens. O uso desses recursos, somado à utilização de bons equipamentos, já é capaz de formar bons investigadores. Além disso, existem cursos online e apostilas. Contudo, se não houver a regulamentação, não haverá regras. Logo, haverá uma brecha para os oportunistas se aproveitarem. Com isso, a proposta aprovada do Senado sugere um curso de formação de 600 horas, que visa inibir a atuação de aventureiros no ramo.

Contudo, há algumas críticas em relação à exigência de tal formação. Uma delas é que se trata de uma quantidade muito grande de horas, além de o documento não estabelecer como o curso deverá ser feito.

Outro ponto destacado por um supervisor de uma empresa nacional do ramo, que possui 600 detetives, é que empresas como a dele não foram consultadas para a elaboração do projeto.

 

 

Share this post



× Atendimento via WhatsApp